Meu nome é Cilene e sou psicóloga
há 11 anos e meio.
Ao longo da minha carreira tive a
oportunidade de atender uma centena de pessoas e assim colaborar com o autoconhecimento de cada uma delas,
assim como demandas pontuais de vivências de luto, depressões patológicas ou
por questões cíclicas e acontecimentos diversos que atingem a alma humana.
Sou pós-graduanda em Psicologia
Analítica Lato Sensu e após o término pretendo inserir num curso de formação
junguiana com o objetivo de me especializar ainda mais.
Quando criança sempre tinha
interesse em ouvir histórias e pensar nelas em outros contextos. Fazia isso
como uma brincadeira mental e ficava quietinha me divertindo com os meus
pensamentos. Sobre os contos infantis eu tentava analisar os personagens com
más condutas desenvolvendo hipóteses sobre seus comportamentos para que suas
histórias pudessem finalizar com mais êxito. Afinal com os comportamentos
transformados poderiam torná-los mais bem sucedidos.
Também, ainda bem pequena, me
olhava no reflexo do espelho e me perguntava de onde será que eu tinha vindo.
Esses questionamentos e
brincadeiras infantis me fizeram crescer com certa inquietude e ainda na
adolescência conheci uma maravilhosa psicóloga, Elisa Del Rosário, que foi a
minha inspiração para me formar em Psicologia. Ainda ingressei na faculdade de
Economia, mas não cheguei até o fim, guardando numa caixinha a futura profissão
em psicologia.
Como me casei jovem e tive dois bebês
antes dos 30 anos, minha formação se deu quando o meu caçulinha contava com 10
anos. Isso foi bem interessante haja vista a chegada da formação acadêmica num
momento de maior amadurecimento.
Vivi o papel de mãe com certa
tranquilidade, digo “certa” por não existir plenitude para seres tão
demandantes como nós, os humanos. Passei pelas fases infantis, graciosas e
apelativas, doencinhas que preocupavam, aquele amiguinho que mordia, o
refrigerante proibido tão solicitado, a escola, natação, pediatra, dúvidas e
aconchegos que virou tantas saudades com a chegada da adolescência.
Adolescência, capítulo à parte.
Aquele momento trágico que nossos filhos precisam reconhecerem-se como pessoas
diferentes e dá início a uma outra separação desde que o cordão umbilical foi
cortado, mas para um psicólogo todas as vivências humanas fazem parte também do
seu curriculum. Da teoria à prática, de dentro para fora. Isso o transforma,
não o profissional do conhecimento humano, não aquele que tem o poder do saber,
mas aquele que também como seu paciente se elucubre, chora, ri, fantasia e vive
enfim.
Costumo dizer que eu não fiz
planos para ser uma junguiana, mas foi Jung que me “chamou”, atravessando minha
vida por diversas vezes antes que eu pudesse olhar para ele. Para esclarecer,
Carl Gustav Jung foi um psiquiatra e psicoterapeuta que nasceu na Suíça em 1875
e fundou a psicologia analítica.
O que trago em mim como humana,
encontro no meu paciente, naquele que sentado à minha frente me prestigiou para
falar de suas dores, muitas vezes de coisas que ele jamais confessou a ninguém
e que tanto ele como eu, somos feitos da mesma matéria.
Jung dizia:
“Conheça todas as teorias, domine
todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma
humana”.
Nada mais a dizer depois dessa
frase maravilhosa de Jung.